O que é engenharia?
A origem da palavra engenharia vem do latim ingeniu, que significa faculdade inventiva, talento, é a ciência aliada a técnica de unir os conhecimentos científicos com a viabilidade para produzir novas utilidades. Com mais de 50 possíveis áreas de atuação, cursar uma engenharia te oferece o diferencial de aplicar a tecnologia na resolução de problemas. Na Universidade Franciscana, são ofertados quatro Cursos de Engenharia, a Ambiental e Sanitária, a Biomédica, a de Materiais, e a Química.
1. Engenharia não é só cálculo
O professor e coordenador do curso de Engenharia Biomédica, Luiz Fernando Rodrigues Júnior, mestre em Engenharia de Materiais, revela que um dos motivos que o fez escolher sua profissão foi a facilidade que tinha em lidar com números, já que é a base do curso. Apesar de não ser um requisito, é importante lembrar que ter uma boa relação com eles é necessária, já que os primeiros semestres são voltados diretamente à teoria, que envolve matemática, química e física, conteúdos que vão lhe acompanhar durante toda sua formação.
Ainda segundo Luiz, “o engenheiro enxerga as coisas de uma forma diferente, muito mais lógica e ativa do que outros, e isso vem muito dessa matemática básica, pois é ela quem dá a base e o suporte técnico, e também serve de estimulo para a formação de raciocínio logico e objetivo, voltado a resolução de problemas”. O professor, que atuou durante quatro anos como Gerente de Engenharia de Produção na empresa Biocore Biotecnologia S.A., conta que desenvolveu habilidades que geralmente não são associadas ao engenheiro, como trabalhar com marketing, já que ele lidava diretamente com as empresas e vendedores, desmistificando a ideia de que o profissional está fadado a ficar preso à sua sala.
A acadêmica Helena Bertolino, que atualmente está no 4º semestre de Engenharia Biomédica, conta que sempre soube que queria seguir a profissão, mesmo não sendo a melhor aluna em matemática ou física, “eu era uma pessoa muito curiosa, gostava de saber como as coisas funcionavam. Em 2015 eu visitei os laboratórios daqui pelo Cientista Aprendiz, e conheci o Curso, no ano seguinte voltei aqui de novo para ter certeza de que queria esse curso, e descobri que era exatamente o que eu queria fazer”, lembra a aluna, que revela ter sido influenciada a escolher a área da saúde pela sua mãe, que é enfermeira.
O Cientista Aprendiz é um programa que visa inserir os estudantes das graduações junto aos do ensino médio, divulgando ações que envolvam ciência, tecnologia e inovação. Foi através dele que Helena decidiu sua graduação, atualmente, ela faz parte do Diretório Acadêmico do Curso de Engenharia Biomédica, e conta que além de buscar melhorias para o campus, realiza rifas e dinâmicas para a arrecadação de dinheiro para que os alunos possam juntar dinheiro e irem para eventos de tecnologia da região, expor seus trabalhos e pesquisas.
2. Cursar uma engenharia te proporciona conhecer o mundo todo
Cursar uma engenharia também te possibilita conhecer vários lugares e culturas, dentro e fora do país, isso acontece porque, em geral, um profissional que trabalhe para uma empresa que atua na área de venda, ou manutenção técnica de equipamentos, por exemplo, é responsável por acompanhar a instalação do mesmo, assim como para passar as instruções de uso. Esse profissional também está constantemente passando por treinamentos, e frequentando feiras de tecnologias em outros países, para acompanhar as novidades.
Com isso em mente, é fundamental ressaltar que o engenheiro não pode se prender a um local, em razão do desenvolvimento tecnológico estar cada vez mais rápido, a profissão tem aumentado cada vez mais a sua demanda. O professor Luiz Fernando aconselha que o profissional não se limite aos conhecimentos que a academia proporciona, e que investir em um curso de língua estrangeira é fundamental, “tem que ir atrás, para construir carreira, e fazer acontecer, não pode ter medo. A academia não é só se preocupar com notas, mas se mostrar responsável para os professores, cultivar amizades, a engenharia é um mundo rico, vasto e multidisciplinar”, alerta.
A primeira aluna da turma de Engenharia Biomédica da Universidade Franciscana, Ana Marília de Souza, formada em 2015, é um exemplo disso, ela participou de um concurso público e está de mudança para a cidade de Rio Grande, onde vai assumir um hospital. Quando estava escolhendo sua graduação, Ana sempre quis fazer algo que lhe permitisse ajudar as pessoas, e acabou optando pela engenharia por se dar bem com os números, “tem que pensar que a tecnologia hoje, em qualquer área, é pensada para melhorar a vida das pessoas, então tu vais conseguir através do teu trabalho, beneficiar um grande número de pessoas através”, observa.
3. Reconhecimento, salário e oportunidade de mudar o mundo
De acordo com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, o mercado de trabalho para os engenheiros encontra-se em um bom momento no nosso país. Entre as áreas tidas como as mais promissoras, os salários podem chegar até R$ 25 mil por mês. Quem regulamenta o piso da profissão é o CREA (Conselho Regional de Engenharia e Agronomia), e estabelece que o profissional formado que trabalhe no mínimo 40 horas semanais, tenha direito a nove salários mínimos. O profissional que possui uma pós-graduação chega a receber mais do que o dobro desse valor, isso porque a profissão está passando por um período de valorização muito grande no mercado de trabalho.
Se esse argumento não for suficiente, o professor Luiz Fernando, destaca que a profissão também traz reconhecimento perante a sociedade, “logo que me formei, sempre que dizia ser engenheiro, imediatamente já assumiam uma postura de respeito comigo. A profissão é muito bem vista na sociedade, justamente pelo engenheiro ser uma de suas engrenagens mais importantes, isso é uma questão motivadora”, lembra.
Ele também destaca que a profissão pode se encaixar também para àqueles que pensam em mudar o país através da política, por exemplo, segundo Luiz, faltam engenheiros nesse meio, que digam aos responsáveis pelas estradas, que elas estão ruins porque estão sendo construídas de forma errada, e esse é um conhecimento que só alguém que tem domínio sobre o assunto vai saber explicitar.
4. Cursar uma engenharia implica em lidar diretamente com as novas tecnologias
Com o desenvolvimento das tecnologias, muitas profissões foram se tornando obsoletas ao longo do tempo, e as que sobreviveram, tiveram que se atualizar para se manterem. Passado esse primeiro momento, surge então a inteligência artificial, que está substituindo o trabalho humano, e se responsabilizando por tarefas, até então, atribuídas a profissionais humanos. O professor Luiz destaca os desenvolvimentos na área da saúde, como robôs capazes de fazer a triagem no paciente, e encaminhá-los para o profissional que melhor possa atendê-los.
Para Luiz, a Engenharia é uma área que está longe de ser afetada por essa crise, “pelo contrário, ela tende a se valorizar cada vez mais, pois sempre vai ser necessário a presença de alguém que ajude a fixar essas novas tecnologias na sociedade, e eu vejo que a nossa profissão é bastante mutável e pode acompanhar muito bem essa evolução, sem ficar à mercê dela, nem se perder para ela”, ressalta o professor. A engenharia segue sendo uma profissão de futuro, pois ela se adapta a tecnologia, e faz uso da mesma para resolver seus problemas.
Em geral, o curso está associado à ideia de trabalhar somente com as exatas, mas esse profissional desenvolve ao longo da formação as qualidades para se tornar também um bom líder de equipe, algo extremamente necessário atualmente. Por se tratar de um bacharelado, os Cursos têm um estágio obrigatório, onde o aluno pode aliar a técnica desenvolvida em sala de aula e aplica-la no ambiente profissional. Esses estágios são fundamentais para que o aluno conheça o mercado de trabalho onde vai atuar, e suas exigências.
Para Ana Marília, do curso de Engenharia Biomédica, foi somente no estágio que ela pôde sentir o dia-a-dia da profissão. Ela, que estagiou no HUSM com um engenheiro da sua área que atuava ali, destaca que “é na prática que sentimos onde temos que melhorar nossos conhecimentos e habilidades, porque depende muito da área para onde vamos. A graduação te dá as ferramentas de um todo, e aí tu vai ver o que precisa aprimorar pra trabalhar com aquilo que escolher”, observa a egressa.
5. Mudanças na grade curricular dos Cursos de Engenharia da IES
Todos os cursos da Instituição estão passando por modificações em sua grade curricular, para trabalhar principalmente, a interdisciplinaridade. Dentro das Engenharias, a primeira mudança é a integração entre os Cursos, permitindo que os alunos interajam mais entre si, por conta de cadeiras em comum nas quatro Engenharias. E para aqueles que desejarem uma segunda graduação em Engenharia, o Curso vai facilitar esse processo, buscando formar profissionais com um leque cada vez maior de habilidades e competências.
Várias optativas também foram pensadas para trabalhar as outras áreas de atuação do engenheiro, “antes não se falava sobre essas outras oportunidades, então elas foram criadas para o aluno entender mais sobre projeto, pessoas, empreendedorismo, economia, custos, marketing, e assim obter a visão mais moderna de que o engenheiro não pode mais ser aquele profissional fechado, sisudo, ele tem que ser flexível”, conta o professor Luiz. Ele também ressalta que dentro dos cursos, a política é de que não se faça diferenciação de gênero, afinal, não existe uma profissão que possa ser exercida apenas por homens, e a prova disso é que a primeira engenheira biomédica formada pela Instituição, assim como a diretora do Diretório Acadêmico do Curso, são ambas mulheres.
Egressa do Curso, Ana Marília ressalta o carinho e acompanhamento da Universidade para com os seus, pois se disponibilizam a auxiliar nas possíveis dúvidas que eles tiverem e também estão constantemente oferecendo vagas e encaminhando oportunidades para seus alunos que já estão no mercado de trabalho. Para ela, essa relação é muito importante, pois valoriza, e incentiva o reingresso desses alunos para possíveis pós-graduações e mestrados na Instituição.