15/02/2023
Professores do Programa de Pós-Graduação em Nanociências (PPGNano) da Universidade Franciscana (UFN), em parceria com pesquisadores da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli-USP), aprovaram projeto junto ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) para desenvolver sistemas nanoestruturados contendo Nióbio para o tratamento de águas residuárias e efluentes. O projeto pretende promover e apoiar o desenvolvimento da pesquisa e da cadeia produtiva de Nióbio, além de estimular o conhecimento, a sustentabilidade e a competitividade dessa cadeia no Brasil. Participam do projeto os professores Denise Crocce Romano Espinosa e Jorge Alberto Soares Tenório (USP, SP) e os professores da UFN, William Leonardo da Silva, Jivago Schumacher de Oliveira e Sergio Roberto Mortari.
Segundo professor William Leonardo da Silva, coordenador do projeto, a temática será abordada em quatro grandes linhas: a primeira dedicada à obtenção do Nióbio; a segunda voltada para a síntese de nanomateriais; a terceira linha é destinada para a caracterização e aplicação desses nanomateriais no tratamento de águas residuárias, por meio do processo de Fotocatálise heterogênea e adsorção; e, por último, a quarta linha está focada aos estudos dos efeitos nanotoxicológicos com a finalidade de estabelecer respostas proativas aos potenciais efeitos nocivos dos nanomateriais frente ao biossistema.
O Nióbio é um mineral sólido metálico, macio, de elevado ponto de fusão e resistente à corrosão. Em pequenas quantidades melhora algumas propriedades mecânicas do aço, tendo assim seu principal emprego na obtenção de ligas, especialmente aquelas envolvendo aços de alta resistência, como plataformas marítimas, pontes, oleodutos, viadutos e edifícios. Na indústria aeroespacial, o Nióbio é utilizado na produção de superligas que operam em altas temperaturas e que estão presentes na composição de motores a jato de alto desempenho, para fins comerciais e militares. O elemento químico possui importância no desenvolvimento de novas tecnologias, principalmente nas áreas da saúde, engenharias nuclear, espacial e tecnologia.
Para o professor Sergio Roberto Mortari, a iniciativa é importante para o PPGNano e para a UFN pois promoverá o desenvolvimento científico, tecnológico e inovação, por meio de novas tecnologias para obtenção de nióbio de fontes primárias e secundárias, com aplicação da nanotecnologia no desenvolvimento sustentável. “Além disso, favorecerá a formação de recursos humanos na iniciação científica e no desenvolvimento tecnológico”, explica o pesquisador que também ressalta o fortalecimento de vínculo do PPG Nano com o Parque Tecnológico da UFN, o ITEC Park, através da pesquisa.
O projeto, contemplado em edital do CNPq, prevê quatro Bolsas de Desenvolvimento Técnico Industrial (DTI A) e outras quatro bolsas de Iniciação Tecnológica Industrial (ITIA), além de recursos para materiais de consumo e viagens técnicas. A pesquisa será realizada no Laboratório de Reciclagem, Tratamento de Resíduos e Extração (LAREX) da USP e no Laboratório de Síntese e Caracterização em Nanomateriais da UFN.
Texto: Lucas Acosta/Estagiário de Jornalismo
Foto: Divulgação/Laboratório de Síntese e Caracterização em Nanomateriais da UFN
