20/06/2023
A egressa do Mestrado em Ciências da Saúde e da Vida da Universidade Franciscana (UFN), Gabriela Haas de Mello, teve sua dissertação ‘Atividade anticarcinogênica e na resposta à quimioterapia in vitro do extrato de cacau (theobroma cacao l.) em linhagens de melanoma (A-375 e B16-F10)’, com orientação da professora Francine Cadoná, publicada na plataforma 'Wiley Online Library’, importante meio de literatura acadêmica.
A elaboração do estudo traçou a associação entre o câncer de pele (CA), uma das neoplasias mais comum que afeta grande parte da população brasileira, frente a buscas por novos fármacos e moléculas bioativas capazes de auxiliar e potencializar os tratamentos. Dessa forma, a pesquisa busca analisar a viabilidade e proliferação celular, além dos parâmetros do metabolismo oxidativo, enfatizando o cacau (Theobroma cacao L.), como uma fonte rica em moléculas bioativas, que, no decorrer dos anos foi chamada de alimentos dos deuses em consequência de sua capacidade de cura em feridas.
Os conceitos decorridos ao longo da pesquisa fazem referência a uma visão sistemática do câncer de pele, considerado uma das enfermidades mais comuns entre os brasileiros. Essa anomalia interfere diretamente na integridade do DNA, dispondo de multiplicação celular acelerada e desgovernada, diferindo as novas células das originais. A pesquisadora destaca a escolha da anomalia para seu estudo e o que ele agrega para sua rotina profissional: “Sempre foi uma das patologias de pele que mais despertava curiosidade. Além do mais, é algo muito comum e corriqueiro nos atendimentos em clínica estética, em especial população mais interiorana”.
As atividades, realizadas no Laboratório de Biociências da UFN, utilizou extrato das sementes do cacau obtido na empresa distribuidora Florien, local onde a pesquisadora se informou a respeito da qualidade e origem da planta, assegurados com um laudo técnico fornecido pela empresa. “O cacau e outros alimentos possuem propriedades antioxidantes, que estão diretamente relacionadas com o câncer, já haviam indícios que o cacau é um excelente protetor natural da pele, frente aos raios UVA e UVB”, destacou.
Para a realização do estudo ambas as células ficaram expostas a diferentes concentrações de extrato de cacau em um tempo de 24 e 72 horas de incubação. O extrato de cacau também foi associado ao quimioterápico Paclitaxel (medicamento usado no tratamento do câncer) para ser avaliado. Posteriormente, foram realizadas avaliações para mensurar os níveis de viabilidade, proliferação celular e de estresse oxidativo. Os resultados encontrados alegaram que o extrato de cacau foi capaz de diminuir os níveis de viabilidade e proliferação das células B16-F10 (células de camundongo) e os níveis de proliferação nas células A-375 (células humanas).
Quando o extrato de cacau foi testado junto com o quimioterápico apresentou um efeito nocivo em células de câncer de pele do tipo melanoma, potencializando a ação quimioterápica. Diante disso, o estudo conclui que o cacau atua como um potente agente anticarninogênico, preensores de células cancerígenas, com um excelente perfil para ser utilizado em novas terapias para o câncer de pele do tipo melanoma. “Os resultados nos surpreenderam de forma positiva, esperávamos bons resultados, mas obtivemos sucesso no bloqueio da proliferação das células cancerígenas em ensaios expostos ao cacau com mais de 72h”, finaliza a pesquisadora.
Texto: Gabriela de Flores Neto / Jornalista
Foto: Divulgação / Mestrado em Ciências da Saúde e da Vida