01/11/2019
A Universidade Franciscana está presente, toda sexta-feira, na página Memória do Jornal Diário de Santa Maria. O espaço servirá como um disseminador de lembranças trazidas pela UFN, que terão relação com o desenvolvimento da cidade de Santa Maria. Os textos serão produzidos por integrantes da Universidade Franciscana.
Confira a edição de 01 de novembro, com texto escrito pela Reitora da UFN, Profa. Iraní Rupolo.
A Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras Imaculada Conceição, identificou-se pela formação de professores, em cursos de licenciatura: Letras Anglo-Germânicas (1955); Pedagogia (1955); Letras Neolatinas (1957); História (1957); Filosofia (1958); Geografia (1959); Matemática (1958); Letras: Português-Francês e Letras: Português-Inglês (1963); Estudos Sociais (1969). Essa característica delineou o perfil institucional, torno-a reconhecida como uma faculdade de educação.
Em 1960 a FIC, a FACEM, as Faculdades de Ciências Políticas e Econômicas, a Faculdade de Direito de Santa Maria, mantidas pela Sociedade Meridional de Educação, as Faculdades de Farmácia e Medicina, na época, integrantes da Universidade do Rio Grande do Sul, formaram o núcleo gerador da Universidade Federal de Santa Maria – UFSM, criada pela Lei nº 3.834-C, de 14 de dezembro de 1960.
A criação da UFSM proporcionou a estudantes, professores e funcionários oportunidades de estudo e trabalho, o que significou projeção e desenvolvimento regional. Para a FIC, impuseram-se dificuldades, entre as quais, a perda de professores e a diminuição de alunos. Foram desafios que, de alguma forma, interferiram na maturação institucional. A FIC prosseguiu seu crescimento. Pode-se comprovar essa afirmativa pelo fato de que, no período de 1955 a 1963, foram criados e reconhecidos dez cursos de graduação em licenciatura.
Nos anos subsequentes, a FIC expandiu sua atuação em cidades do Rio Grande do Sul. A presença das Irmãs Franciscanas em Santa Cruz do Sul, que mantinham o Colégio Sagrado Coração de Jesus e o Hospital Santa Cruz, possibilitou o entendimento com a Associação Pró-Ensino de Santa Cruz do Sul para a expansão da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras Imaculada Conceição, àquela cidade no ano de 1967 com os cursos de Filosofia, Letras e Pedagogia e, no ano seguinte, o curso de Estudos Sociais.
Essa cooperação manteve-se até 1971, quando os mesmos cursos passaram a pertencer à UFSM. Esse período foi de novos empreendimentos, pois a FIC criou e manteve sob sua administração, na cidade de Alegrete, RS, os cursos de Letras: Português/Inglês e Português/Francês nos anos de 1969 a 1971 e, na cidade de São Gabriel, o curso de Estudos Sociais no período de 1968 a 1971. Posteriormente, esses cursos foram incorporados, respectivamente, à Fundação Educacional de Alegrete e a de São Gabriel.
A FACEM manteve o curso auxiliar de enfermagem no Colégio Santíssima Trindade em Cruz Alta, no período de 1988 a 1991; em Rio Pardo, nos anos de 1989 a 1995, e, na cidade de Uruguaiana, de 1992 a 1997.
Na foto acima, a Aula Inaugural do Curso de Estudos Sociais da FIC em São Gabriel, proferida pelo professor Vitor Francisco Schuch em 1968.
Acima, a Sala de aula da FIC em 1969 nas dependências do Colégio Sagrado Coração de Jesus, em Santa Cruz do Sul.
A capacitação de auxiliares de enfermagem qualificou o atendimento hospitalar e os cuidados de saúde para as comunidades nas respectivas regiões. A suspensão dessas unidades ocorreu em consequência da diminuição da demanda regional, atendida por diversas edições do mesmo curso.
De registros em documentos, nota-se que, concomitante a movimentos externos, houve mudanças internas. Atualizou-se a proposta educativa institucional, fez-se a reforma de regimentos, atualizaram-se currículos de cursos, discutiram-se teorias da educação e metodologias de ensino com o objetivo de atender as mudanças sociais e educacionais.
Pelo período de quatro décadas, FIC e FACEM desenvolveram suas atividades em cursos de licenciatura, além do ensino nos níveis de auxiliar, técnico e superior de enfermagem. Pela compreensão da mobilidade social e cultural da época, pela percepção de que o conhecimento evolui rapidamente e torna premente a atualização, as faculdades passaram a ofertar, a partir do ano de 1976, pós-graduação lato sensu. Isto possibilitou a cooperação com outras instituições de ensino superior e ampliou a capacidade de lidar com novas faces do saber.