Historicamente em novos povoados a população constrói templos religiosos e lhe atribui valor simbólico pelo cultivo ao sagrado numa relação pela busca de proteção de um ser superior. Assim também escolhem um padroeiro ao qual confiam a proteção da cidade.

Em Santa Maria a padroeira está relacionada aos portugueses católicos que iniciaram a construção da cidade. Os militares que aqui passaram a residir, trouxeram com eles a imagem da Imaculada Conceição. Ao chegarem, construíram uma capela na região onde atualmente localiza-se a Praça Saldanha Marinho e, posteriormente, foi fundada a paróquia consagrada à Imaculada Conceição.

A construção da nova Igreja Matriz de Santa Maria estabeleceu-se no ano de 1902, com o lançamento da pedra fundamental e sua inauguração ocorreu aos 8 de dezembro, data da festa da padroeira Imaculada Conceição, no ano de 1909. No ano seguinte Santa Maria passou a ser Diocese, criada pelo Papa Pio X. O grande incentivador da construção da igreja, Pe. Caetano Pagliuca, foi figura importante na história de Santa Maria, deixou marcas na área educacional por ter incentivado a criação de escolas católicas entre as quais os Colégios Sant´Anna, Santa Maria, o Patronato e o Educandário São Vicente de Paulo. Homem compenetrado contribuiu também pelo desenvolvimento das áreas da saúde, cultura e de outros setores da sociedade.

Assim como a cidade de Santa Maria, a Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras Imaculada Conceição identifica-se, em sua trajetória, com a mesma padroeira. Nos registros das crônicas anuais das Irmãs Franciscanas do Colégio Sant´Anna, no ano de 1953 encontra-se o seguinte relato: “E o fim do ano chegou! Veio todo ele envolto no manto azul de Imaculada! Ano de Graça! Ano marial!...A virgem a nos contemplar lá do alto, pronta a nos atender, sorri feliz, com a criação da nova faculdade que será colocada sob sua égide maternal. Dia 19 de dezembro ficará gravado com caracteres indeléveis nos anais do Sant´Anna”.

As páginas que delinearam a história do Ensino Superior de Santa Maria, datadas de 19 de dezembro de 1953, quando ocorreu a reunião da Associação Santa-mariense Pró-Ensino Superior – Aspes, enfatizam a importância da ampliação de escolas superiores na cidade para manter os jovens que aqui desejavam estudar e impulsionar o desenvolvimento da região. Primeiramente a missão foi destinada aos Irmãos Maristas, que atuaram na área de ciências políticas e econômicas, logo após, as Irmãs Franciscanas foram responsáveis por conduzir as áreas de filosofia, ciências e letras, para assim fortalecer a formação de professores. Com a aprovação da mantenedora para concretizar a criação da FIC, esta foi colocada sob o amparo da Imaculada Conceição.

A cidade coração do Rio Grande passou a ser um centro de cultura também pela educação superior e teve na FIC um celeiro de formação de professores que traz em sua marca os princípios cristãos. O mês de dezembro que comemora a padroeira de Santa Maria também relembra a data inicial da história da FIC e as marcas deixadas por esta importante instituição de ensino de Santa Maria.

Irmã Consuelo Silveira Netto, uma das fundadoras da FIC, era grande devota de Imaculada. Em entrevista à Revista Vidya, no ano de 1985, Consuelo relatou: “...Estamos vivendo hoje, nesta Faculdade que vimos nascer, muito pequenina, sob a égide de Imaculada Conceição, cuja imagem caracteriza os fundamentos desta Instituição”.