O primeiro concurso vestibular da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras Imaculada Conceição - FIC foi realizado logo após sua autorização de funcionamento. Nos registros históricos da Instituição, encontram-se informações sobre o primeiro edital do processo seletivo, assinado pela Irmã Felicidade Silveira Netto, que ocupava a função de secretária, com data de 11 de abril de 1955.

Os interessados tiveram apenas três dias para se inscreverem, processo que era feito presencialmente na secretaria da Faculdade e era denominado Concurso de Habilitação. De acordo com o edital, eram oportunizadas 40 vagas para cada curso: Letras Anglo Germânicas e Pedagogia. Foram 44 inscritos no total, sendo 15 em Letras e 29 em Pedagogia.

Observando os registros do livro FIC – 1955 a 1995, 40 anos de História, de autoria da Professora Maria Virgínia dos Santos Silva, encontram-se informações sobre os documentos necessários ao requerimento de inscrição: certificado de conclusão de curso secundário, carteira de identidade, atestado de idoneidade moral, atestado de sanidade física e mental, certidão de registro civil, documentos de quitação militar e três fotografias 3x4. Percebe-se o alto grau de exigência, incluindo questões e informações não apenas civis, mas também morais e físicas, para habilitar-se, enfim, a uma das tão sonhadas vagas na Instituição.

Sabe-se que, em diferentes contextos e realidades, escolas, universidades, empresas, setores e cargos públicos fazem-se valer de processos seletivos para mensurar conhecimentos gerais e específicos. A FIC, em anos subsequentes, já adotava, em seu concurso vestibular, como era nomeado, uma seleção em etapas, sendo o processo realizado em quatro dias avaliativos.

Atualmente, as circunstâncias mudaram, o processo é realizado em um único dia com uma prova de redação e questões objetivas ou somente uma redação, que atende a um tema pensado, discutido e refletido por uma equipe de professores das diferentes áreas de conhecimento da Instituição.

Hoje, quando se fala em seleção para o ingresso na universidade, é natural que a redação exerça interesse particular, porque “escrever é um divinizador do ser humano”, como certa vez mencionou Clarice Lispector. Essa reflexão da autora, de certa forma, norteia nosso processo seletivo na atualidade, pois almejamos, essencialmente, essa qualidade no candidato, isto é, a de revelar sua excelência acadêmica futura por meio de seu bom desempenho linguístico.

A seleção de candidatos não significa simplesmente “filtrar” ou escolher pessoas para ingresso ao ensino superior. É um momento de testar as qualidades e habilidades necessárias para iniciar um novo ciclo na vida do estudante que, em busca de um ideal pautado pelo autoesforço e pela estrutura institucional, procura, por meio do conhecimento, a formação para realizar-se pessoal e profissionalmente.