MEMÓRIA: 'A educação superior em Santa Maria: da inspiração inicial aos dias atuais' Assessoria de Comunicação (ASSECOM)
27/12/2019

A Universidade Franciscana está presente, toda sexta-feira, na página Memória do Jornal Diário de Santa Maria. O espaço serve como um disseminador de lembranças trazidas pela UFN, que terão relação com o desenvolvimento da cidade de Santa Maria. Os textos serão produzidos por integrantes da Universidade Franciscana.

Confira a edição de 27 de dezembro, com texto escrito pela Reitora da Universidade Franciscana, Profa. Iraní Rupolo, e imagens do Acervo da UFN.


Em agradecimento ao Diário de Santa Maria, por conceder A Universidade Franciscana este espaço, e aos leitores por sua atenção e acompanhamento, escolhemos ao finalizar o ano de 2019, compartilhar alguns textos escritos por Irmã Consuelo Silveira Netto sobre o início e os primeiros anos da FIC e da FACEM. Estes textos constam no livro organizado por Maria Virgínia dos Santos Silva, sob o título FIC – 40 Anos de História (1997), no qual registra pronunciamentos de Irmã Consuelo.

“Início do ano de 1953. Reunião da Associação Pró Ensino Superior – ASPES, numa sala daquele velho casarão da Rua Floriano Peixoto, onde funcionava então a Faculdade de Farmácia. O Dr. José Mariano da Rocha Filho, na qualidade de presidente fundador da ASPES sugeriu aos irmãos maristas e às irmãs franciscanas presentes aquela reunião, nas pessoas do professor Irmão Gelásio Mombach e da professora Irmã Consuelo Silveira Netto, a criação das faculdades de Ciências Políticas e Econômicas e Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras”.

“Aquela sugestão devia concretizar-se era uma necessidade inadiável, a criação de imediato de escolas superiores em Santa Maria. Anualmente, enorme era o número de jovens que daqui partiam para a capital em busca de um curso superior. E Santa Maria ficava deserta de juventude. Se assim se pode dizer: a juventude, com seus sonhos, com seu encanto, com sua alegria, deixava sua terra natal, deixava seus familiares, deixava seus amigos e colegas. E os que não dispunham de recursos? Como resolver o problema?... Pensou-se. Planejou-se. Lutou-se... Era uma grande e promissora arrancada em prol da dinamização do ensino superior em nossa cidade!”

“O trabalho foi árduo. As incertezas foram muitas. O ano de 1954 foi marcado de múltiplas preocupações, de viagens ao Rio de Janeiro, com a finalidade de solicitar a autorização para o funcionamento dos primeiros cursos. Não faltaram idealistas que deram integral apoio à causa encetada. Não faltaram mestres que deram o melhor de si para que a Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras Imaculada Conceição, se tornasse, muito em breve, uma esplendida realidade, um rico celeiro de formação de professores para que o ensino, no Brasil, continuasse em sua marcha ascensora, levando-o através da educação, ao desenvolvimento de todas as suas ricas potencialidades”.

“Assim, objetivando formar candidatos ao magistério secundário e normal, promover e facilitar a prática de investigações originais, contribuir para o desenvolvimento de uma cultura intelectual, informada pelo princípio cristão, surgia a FIC, que, pelo Decreto nº 37.103/55, recebia do Conselho Nacional de Educação, autorização para o funcionamento para os dois primeiros cursos: Pedagogia e Letras Anglo-germânicas”.

REGISTROS 

No ano de 1987, Irmã Consuelo Silveira Netto publicou a obra denominada: Na terra de Medianeira, na terra de Imembuí, na qual relata a trajetória das Irmãs Franciscanas a partir de sua sede provincial na cidade de Santa Maria – RS. Desta se extraem os textos a seguir: 

“Toda fundação é um empreendimento de grande responsabilidade, de objetivos claros, definidos, exequíveis. Tem espírito, tem coração, requer coragem e ousadia. Em geral nasce de um sonho que se concretiza com muita oração...”

Na imagem acima, Irmã Consuelo Silveira Netto em um de seus pronunciamentos a respeito do desenvolvimento do Ensino Superior.


“Os anos passam rapidamente. O tempo é irreversível. Não há momentos idênticos. Por isso mesmo é natural e necessário olhar um pouco para o passado, desarquivar fatos que assinalaram o nascimento, o crescimento, o desenvolvimento...” 

“A 27 de abril, a Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras Imaculada Conceição – FIC, depois de festiva missa e da aula inaugural proferida pelo então Reitor da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, Irmão José Otão, abria suas portas a primeira turma de acadêmicos – 28 do curso de pedagogia e 13 do curso de Letras. Foi um acontecimento notável”. 

“A 31 de maio de 1955 era inaugurada solenemente a Escola de Enfermagem Nossa Senhora Medianeira. Teve como primeira diretora uma irmã vicentina, Irmã Emília Clarizia. As duas faculdades constituíram-se num imenso desafio que graças a Deus, tem superado as dificuldades que se apresentam no dia a dia da educação. 

A fundação de uma Faculdade de Filosofia na Província e, logo depois da Escola Superior de Enfermagem, vieram contribuir grandemente na formação de professoras e enfermeiras capacitadas na Província do Imaculado Coração de Maria...A semente lançada em terreno fértil tonara-se em promissora realidade. “O arbusto de ontem, hoje árvore rica / que os direitos defende e a verdade cultua / os homens passam, mas a ideia fica / e a obra continua (Carvalho, Betrix dos Reis, 1955, pag. 55).

Esta memória é uma homenagem aos fundadores da educação superior que muito contribuiu para o desenvolvimento e a qualidade de vida desta cidade. Que o passado propulsor desse dinamismo traga para o tempo atual o compromisso de renovar a importância e o significado das instituições de educação superior para a sociedade. 



Década de 1960 |
 No registro (foto da esquerda), a primeira fachada do prédio da Faculdade de Enfermagem Nossa Senhora Medianeira - FACEM.






1958 | Fotografia (à direita) feita durante o processo de construção do prédio da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras Imaculada Conceição (FIC)


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