25/10/2022
“A terra de Santa Maria é muito forte, inclusive internacionalmente na devoção à Medianeira de Todas as Graças. Nós temos, aqui, a maior manifestação religiosa do Rio Grande do Sul que encontrará sua grande procissão nos dias 5 e 6 de novembro”, enfatizou o Arcebispo Metropolitano de Santa Maria, Dom Leomar Antônio Brustolin, ao referir-se à 79ª Romaria da Medianeira e importância de se estudar a mãe de Jesus durante o discurso de abertura do I Simpósio de Mariologia que ocorreu de 21 a 23 de outubro na Universidade Franciscana (UFN). Com a realização da Arquidiocese de Santa Maria, da UFN e da Faculdade Palotina de Santa Maria (FAPAS), o evento teve como tema-guia ‘Medianeira para a Sinodalidade da Igreja’ com conferencistas de renome internacional e atuantes na pesquisa acadêmica e religiosa.
“É importante destacar a devoção que é o aspecto fundamental da Mariologia. Acredito que sem a devoção não teria sentido estudarmos aquela que gerou o filho de Deus. Se do verbo se fez carne, com certeza ele se fez carne em um lugar e esse lugar foi privilegiado, que se chama Nossa Senhora. Então, a importância do aspecto devocional e acima de tudo, essa dimensão Mariológica da Igreja, sem Maria não existira a Igreja Católica, sem o sim de Maria não existiria o Cristianismo”, destacou um dos participantes do Simpósio, o Frei Tiago de Jesus a respeito das importantes abordagens e enfoques que permitiram o aprofundamento do significado de Maria na fé e na cultura.
Abrindo a programação de atividades, todos os presentes entoaram o ‘Hino Akáthistos – em Honra da Virgem, Mãe de Deus’ que foi composto no Século V e escrito originalmente em grego para expressar todo o patrimônio da fé no Mistério da Salvação em Jesus Cristo contemplado à luz da Virgem Maria. A conferência de inicial abordou o tema ‘EIS A SERVA DO SENHOR: A VIRGEM MARIA NA SAGRADA ESCRITURA’ e foi proferida pela Mestra em Ciências Bíblicas pelo Pontifício Instituto Bíblico de Roma, Irmã Élida Debastiani, Imaculado Coração de Maria. Este momento também contou com a presença da professora Iraní Rupolo, Reitora da UFN; do Padre Jadir Zaro, Diretor da FAPAS; do Padre Clesio Facco, Reitor Provincial dos Padres e Irmãos Palotinos da Província Nossa Senhora Conquistadora; do Diácono Ricardo Rossato, Chanceler da Arquidiocese de Santa Maria e do Padre Fábio Júnior Batistella, representando o Pe. Juliano Dutra membro da Comissão Arquidiocesana de Educação e Comissão Organizadora do Simpósio.
Os 245 participantes que acompanharam os três dias de palestras, bate-papos e estudos também puderam presenciar a vivência da fé, como contextualiza a Reitora da UFN, professora Iraní Rupolo: “Nesse entendimento as pessoas que aqui se encontram, não são apenas ouvintes; somos pessoas que por opção de vida vinculada à Igreja Católica decidimos dedicar tempo para aprofundar conhecimentos em vista da vida cristã. Esta escolha, porém, não pode estar restrita a um objetivo pessoal. Ao contrário, compromete a ativar a escuta do chamado à vocação cristã para melhor integrar-se nos processos de Evangelização na Igreja”.
“Como é significativo perceber em Maria, essa atitude do cenáculo, de estramos reunidos, confiando na ação do Espírito Santo, mas numa atitude de discípulos e missionários, onde a gente busca refletir, busca rezar e melhor se prepara para a nossa missão com o nosso apostolado, que possamos realmente sair daqui e principalmente ao estar aqui abertos a ação do Espírito Santo”, complementou o Padre Jadir Zaro, Diretor da FAPAS, em referência às outas cinco conferências que foram realizadas ao longo Simpósio que tiveram como temas a presença de Maria na América Latina através da Virgem de Guadalupe, a Santa Maria na perspectiva da Patrística, Maria na Lumen Gentium, a análise da presença de Maria na obra Auto da Compadecida de Ariano Suassuna, além de Maria sob o aspecto da piedade popular.
No domingo (23), o encerramento do I Simpósio de Mariologia foi conduzido pelo padre Ênio José Rigo, da Arquidiocese de Santa Maria, que tratou do tema ‘Medianeira da Graça: Mariologia e Sinodalidade’ e foi seguido por uma Celebração Eucarística presidida pelo Arcebispo na Capela São Francisco de Assis. “Encontramo-nos em um ambiente acadêmico, no entanto é importante compreender que o saber acadêmico-científico pode conciliar-se perfeitamente com a ciência teológica. Para uma educação humana e integral, é necessário que a formação acadêmica se concilie com a teologia e a espiritualidade”, enfatizou a Reitora da UFN.
Texto: Márcia Pilar/Jornalista
Fotos: Marielle Flôres/Pastoral Universitária da UFN e Márcia Pilar/ASSECOM-UFN