19/11/2021
Com atenções direcionadas à nanotecnologia, o estudante de Programa de Pós-graduação em Nanociências (PPGNano) da Universidade Franciscana (UFN), Cristian Ledur, teve sua pesquisa sobre as diferentes estruturas do material Fosforeno, publicada na revista Journal of Molecular Modeling com o título ‘Ab initio simulations of black and blue phosphorene functionalised with chemical groups for biomolecule anchoring’, no dia 5 de agosto.
O trabalho começou a ser desenvolvido em 2015, ano em que Cristian ainda cursava o Mestrado em Nanociências na UFN. A escolha da temática ocorreu a partir da análise das características entre as diferentes estruturas do componente Fosforeno: Fosforeno Negro e o Fosforeno Azul. “Essa pesquisa abre a possibilidade de aplicação dos Fosforenos como base de sensores biológicos. A confirmação desse resultado será obtida na minha pesquisa de doutorado, a qual irei defender no próximo dia 29 de novembro”, esclarece Cristian, autor do projeto.
O doutorando explica que o Fosforeno é um componente bidimensional derivado do elemento químico ‘fósforo’. Segundo ele, desde o início de sua descoberta, em 2014, já se falava no potencial da utilização de sua estrutura em dispositivos eletrônicos, em razão de apresentar propriedades específicas de outros materiais como o silício. “Acreditamos que devido às suas características nanométricas, elas possam vir até a substituir o silício um dia”, completou Cristian.
O desenvolvimento do estudo contou com a orientação da professora e pesquisadora, Solange Binotto Fagan, vice-reitora da UFN, e com a colaboração de Ivana Zanella, docente, pesquisadora e Diretora de Pesquisa. De acordo com a professora Solange, o Fosforeno é um material “muito promissor para o desenvolvimento da indústria eletrônica”, em razão da sua estrutura fina (espessura de um átomo) e por conter propriedades diferenciadas quando comparado a outros elementos: “Nesse estudo avaliamos de forma inédita na ciência, a possibilidade de conexão do Fosforeno com grupos químicos, a qual pode gerar a interação com moléculas biológicas. Isso abre uma enorme perspectiva de aplicação em sensores biológicos, pouco explorados ainda para esse material”.
Texto: Gianmarco de Vargas / Estagiário de Jornalismo