Doutoranda cria nanocápsula que reduz danos causados pela radiação UVB Assessoria de Comunicação (ASSECOM)
23/08/2019

Texto: Thayane Rodrigues / Estagiária Jornalismo
Imagem: Mark Braunstein / Fotógrafo

A doutoranda do Programa de Pós-Graduação de Ensino em Nanociências e Nanotecnologia da Universidade Franciscana, Ana Júlia Figueiró Dalcin, trabalhou em sua tese com uma substância de origem vegetal que pode reduzir os danos causados pela radiação UVB.

De acordo com a pesquisa "Avaliação da segurança e da capacidade fotoprotetora de hidrogéis contendo nanocápsulas catiônicas do flavonoide dihidromiricetina”, a farmacêutica descobriu que a dihidromiricetina (DHM) apresenta diversas propriedades farmacológicas, com destaque para atividades de benéficos efeitos biológicos como: ação antioxidante, antitumoral, fotoprotetora antimicrobiana, despigmentante, hepatoprotetora, neuroprotetora, além da proteção de danos ultravioleta (UV).

No entanto, a DHM possui baixa solubilidade aquosa e, consequentemente, baixa biodisponibilidade no organismo, por conta do problema da solubilidade, a sua utilização é limitada. Para contornar esta situação e potencializar seus efeitos, as nanotecnologias se apresentam como uma maneira de trabalhar com a substância, e assim, foram produzidas as nanocápsulas.

Segundo a doutoranda, essas nanocápsulas de DHM foram incorporadas em hidrogéis, visando o desenvolvimento de um protetor solar. Para isso foram realizadas a determinação da atividade fotoprotetora frente ao DNA, induzida por radiação UV e avaliação de segurança biológica in vitro, testada em diferentes linhagens celulares da pele. 





Os hidrogéis contendo as nanocápsulas de dihidromiricetina apresentaram um fator de fotoproteção contra danos no DNA, causados pela radiação UVB, com fator de proteção solar próximo à 50%. Já em relação à indução de lesão no DNA , fator de proteção é de 99,9%, demonstrando ser uma formulação promissora com potencial fotoprotetor e antioxidante, sendo capaz de eliminar os radicais livres formados pela radiação solar.

A motivação para trabalhar com a substância vegetal, segundo Ana Júlia, foi a constatação de que medicamentos oriundos de plantas tem sido cada vez mais utilizados dentro do âmbito das nanotecnologias, por conta de sua baixa toxicidade e baixa incidência de efeitos adversos. 

O trabalho de pesquisa teve orientação da professora Patrícia Gomes, e banca constituída pela Drª. Andréia da Silva Fernandes, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, que participou via Skype, e a presença da Drª. Sílvia Stanisçuaski Guterres, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul.

A defesa ocorreu na tarde de quinta-feira, 22 de agosto, e contou com a participação de acadêmicos e professores do Curso de Farmácia, bem como de colegas do PPG em Nanotecnologia. Na banca também participaram os professores da Universidade Franciscana Alencar Kolinski Machado e Aline Ferreira Ourique, que foi co-orientadora da pesquisa. Ana Júlia é graduada em Farmácia pela UFN e, atualmente, é farmacêutica hospitalar da Força Aérea Brasileira em Santa Maria. 


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