04/09/2019
Texto: Thayane Rodrigues / Estagiária Jornalismo
Imagens: divulgação
Acadêmica recém graduada pelo Curso de Biomedicina da Universidade Franciscana, Maiara Callegaro Velho, ingressou diretamente no Doutorado do Programa de Pós-Graduação em Ciências Farmacêuticas (PPGCF) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, em Porto Alegre. Ela foi aprovada no doutorado, sem passar pelo nível de mestrado, por conta do seu excelente currículo de produção científica realizada durante a graduação.
O primeiro contato com o mundo universitário foi em 2015, quando Maiara começou sua graduação em Biomedicina, na UFN. No primeiro dia de aula da disciplina de Bioquímica, a professora Aline Ferreira Ourique falou sobre a sua trajetória acadêmica para estimular os alunos a vivenciarem as oportunidades oferecidas pelo programa de bolsas de iniciação científica, o que acabou incentivando a então graduanda, que logo no primeiro semestre de faculdade iniciou o voluntariado no Laboratório de Nanotecnologia da IES, supervisionado pela docente, que também começou desde cedo a pesquisar academicamente. Segundo ela, a iniciação científica agrega muito conhecimento, abrindo portas para habilidades que só a graduação não contempla.
“Na minha época, quando me candidatei, o professor me olhou e riu, porque eu ainda era muito nova para iniciar na pesquisa. Hoje nós somos grandes amigos, e ele foi meu orientador desde a iniciação até o doutorado. E para minha alegria e surpresa, ele será o orientador da Maiara, que a inspirei para seguir na área da iniciação científica”, lembra Aline.
Segundo Maiara, desde pequena ela sempre teve interesse pelas áreas de biologia e saúde, e foi a partir daí que escolheu como profissão a Biomedicina, já que une suas duas paixões. Na graduação, enquanto voluntária e, posteriormente como bolsista, a acadêmica desenvolveu vários projetos junto de sua então orientadora, professora Aline Ferreira Ourique. Entre eles, nanoemulsões feitas com óleo de manjericão e que possuem atividade antimicrobiana.
Logo em seguida, Maiara deu início à um trabalho em parceria com a Embrapa Uva e Vinho, onde desenvolveu uma formulação para combater um patógeno que ataca as uvas e que agora está em tramite para ser testado em uma vinícola de Bento Gonçalves, na Serra Gaúcha. Essa pesquisa, fruto de uma bolsa Fapergs de inovação tecnológica, rendeu à egressa o seu primeiro artigo como primeira autora, publicado como autora em periódico internacional.
Depois, com uma bolsa de iniciação científica da UFN, trabalhou novamente com nanoemulsões feitas com óleos essenciais, mas, dessa vez para avaliar sua atividade inseticida, sendo agraciada com o 1º lugar na área de Ciências da Saúde na Premiação dos Bolsistas de Iniciação Científica da IES. Em seu último ano de graduação e com uma bolsa concedida pelo CNPq, Maiara desenvolveu uma nova formulação, a ser utilizada como tratamento alternativo para o câncer de mama.
“Durante esses quatro anos de graduação eu sempre estive envolvida com o Laboratório de Nanotecnologia e, também, em eventos. Eu fui aproveitando as oportunidades que foram surgindo, além de ter bastante convívio com os integrantes do Programa de Pós-Graduação em Nanociências, então já tinha essa vivencia com eles, sendo muito incentivada pelos meus professores. Tudo isso foi amadurecendo como conhecimento e se transformando em um currículo bem recheado”, explica a egressa.
Da graduação ao doutorado
Seguindo os passos e incentivada pela então orientadora, professora Aline Ferreira Ourique, começou a pensar no novo degrau a ser subido após ter conquistado o grau de Biomédica: o Programa de Pós-Graduação em Ciências Farmacêuticas, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS. A seleção, composta por uma banca de especialistas, avaliou a produção intelectual de Maiara, bem como o seu projeto de pesquisa.
“Ela foi muito elogiada, pois mesmo sendo de uma Universidade privada do interior do Estado, ela teve diversas oportunidades e as aproveitou para gerar publicações e conhecimento. Recentemente ela fez outra seleção, e vai realizar o doutorado com bolsa. É um motivo de orgulho, ver o crescimento dela desde aquele primeiro contato no laboratório. Ela sempre foi atrás, aprendia as técnicas, era responsável e pró-ativa, uma aluna com média 9 na graduação”, observa a docente da UFN.
Os programas de Pós-Graduação Stricto Sensu são avaliados pelo MEC com notas que variam de 1 a 7, sendo 7 a nota máxima atribuída à um programa. O PPGCF da UFRGS, onde Maiara Callegaro Velho foi aprovada, tem nota 7, ou seja, ele incentiva os alunos à focarem na pesquisa desde a graduação e não exige em seu edital o nível de mestre, contanto que o acadêmico atenda a critérios como maturidade científica e oralidade, habilidades que só costumam ser aprimoradas na pós-graduação.
“É muito importante ter pessoas que nos incentivam. A Profa. Aline fez muito mais do que o papel de orientadora, foi amiga, foi mãe, e na trajetória final, mesmo com várias inseguranças, ela me incentivou: "vai lá, tu tens capacidade", e eu acreditei e passei. Esse mérito é do meu grupo de pesquisa, dos meus pais, da minha orientadora, da Instituição e dos professores que foram ótimos mestres para mim”, agradece a egressa.
Segundo a coordenadora do Curso de Biomedicina, professora Ana Paula Becker, Maiara sempre apresentou um excelente desempenho em aula. “Ela esteve envolvida com a pesquisa desde o início da graduação. Isso mostra que o curso e a UFN oferecem oportunidades para quem corre atrás dos seus objetivos. Ela formou todo o seu currículo, que foi muito elogiado aqui dentro e lá fora, e isso prova que quando se quer e se tem competência, se vai longe. Estamos muito felizes e orgulhosos pela conquista dela”, finaliza.