16/09/2019
O Curso de Nutrição da Universidade Franciscana promoveu o 11º Seminário de Nutrição, que abordou as atualidades e perspectivas da nutrição a partir do ponto de vista da ciência, da inovação e do empreendedorismo. A atividade ocorreu nos dias 12 e 13 de setembro.
Com o objetivo de promover a atualização dos estudantes e profissionais da área da saúde, em especial, os acadêmicos dos cursos de Nutrição e áreas afins interessadas em conhecer as novidades na área da nutrição e qualidade de vida, uma das palestrantes do evento foi a Vice-Reitora da UFN e docente do Programa de Pós-Graduação em Nanociências, Profa. Dr. Solange Binotto Fagan. A palestra “Nanotecnologia aplicada à nutrição” apresentou os pontos positivos das nanotecnologias aplicadas à área da saúde, especialmente na alimentação.
Solange iniciou sua fala lembrando que a área da nanotecnologia cresceu junto à sua carreira enquanto pesquisadora. Segundo ela, atualmente todos os produtos que são utilizados rotineiramente, como o celular, possuem inúmeras nanotecnologias. Em uma análise sobre a sua evolução, a docente explicou que a nanotecnologia surge junto à computação, que passa por uma revolução ao longo de sua história, ocasionando com que os aparelhos eletrônicos se tornem cada vez menores e com mais funcionalidades. Por essa razão, os celulares, que em sua criação só faziam ligações, hoje em dia acessam à internet, fazem fotografias e enviam mensagens ao mesmo tempo.
Segundo a palestrante, um dos objetos mais utilizados em estudos realizados pelo PPG em Nanociências da UFN são as nanopartículas poliméricas. Isso porque, dentre seus benefícios, está a habilidade de se biodegradar e protegerem os ativos presentes nos ingredientes, e que podem ser transformados, posteriormente, em fragrâncias e fármacos encapsulados.
Especificamente sobre a área da saúde, a pesquisadora apresentou as novidades das nanobiotecnologias que, segundo ela, já estão sendo aplicadas em tratamentos de câncer. A biotecnologia se encarrega de levar o quimioterápico até a área que precisa de tratamento, maximizando sua eficácia e reduzindo efeitos adversos. Ainda, outra novidade são os implantes de mama contendo nanopartículas antitumorais para tratar o câncer de mama. Essas novidades são chamadas de nanomedicina personalizada.
Sobre o campo da nutrição, em específico, Solange Fagan apresentou os nanosensores de produto, que possibilitam ao consumidor saber quando aquele alimento está próximo do fim de sua vida útil, através de uma etiqueta que identifica os gases liberados pelo seu processo de decomposição. Ainda, a docente compartilhou com os presentes que estão sendo estudadas embalagens nanotecnológicas feitas a partir da polpa das frutas, que se tornam um filme comestível e biodegradável que prolonga a preservação do alimento.
Para finalizar, a palestrante falou sobre o dever do profissional da nutrição em conhecer os benefícios, mas também saber alertar sobre os malefícios das nanotecnologias. “Não é porque é nanotecnológico, que isso é bom. Um exemplo disso são os suplementos alimentares encapsulados. Para isso, é dever do profissional conhecer e se inteirar sobre esse campo, que impacta diretamente a área da nutrição”, afirma Solange.
Texto: Thayane Rodrigues / Estagiária Jornalismo
Imagens: Mark Braunstein