16/12/2021
Integrada à Comunicação Científica, a pesquisa ‘Nanoarquitetura verde de nanopartículas de prata para atividade antimicrobiana contra patógenos resistentes’, desenvolvida pela estudante do curso de Biomedicina da Universidade Franciscana (UFN), Gabriela Chuy, foi publicada na revista internacional Journal of Inorganic and Organometallic Polymers and Materials. Divulgado no dia 23 de novembro, o estudo teve orientação do professor do Programa de Pós-Graduação em Nanociências (PPGNano) da UFN, William Leonardo da Silva.
A pesquisa começou a ser elaborada em agosto de 2020 e teve como temática central a abordagem de duas grandes áreas: bacteriologia e a problemática das superbactérias e a engenharia química com suas sínteses de nanopartículas através da rota verde. Segundo a autora do artigo, a finalidade foi buscar por novas alternativas que pudessem resolver o problema da resistência aos antimicrobianos, o qual é considerado uma preocupação que está estatisticamente prevista, já que poderá aumentar nos próximos anos.
“Juntamente deste enfoque, unimos outro objetivo que é o de produzir as nanopartículas através de metodologias mais ecológicas. Nesse intuito, usei a bactéria Klebsiella pneumoniae para produzir nanopartículas de prata. Depois que os testes comprovaram o êxito, essas nanopartículas foram testadas para atividade antimicrobiana contra a superbactéria KpC”, destacou Gabriela.
A estudante acrescenta que buscou englobar ao longo da pesquisa, a comparação da atividade antimicrobiana com nanopartículas de outros métodos de síntese: “Também verificamos a citotoxicidade celular da minha nanopartícula. Tivemos resultados muito promissores e a nanopartícula demonstrou ter potente atividade antimicrobiana contra KpC em baixas concentrações do composto”.
Além de Gabriela, o projeto contou com a participação de: Pâmela Muraro (colaboradora – doutoranda do PPG em Nanociências UFN); Altevir Viana (colaborador – doutorando do PPG em Nanociências UFN); Giovani Pavoski (colaborador - USP); Denise Espinosa (colaboradora - USP); e Bruno Vizzotto (colaborador – professor de Biomedicina UFN).
Para o docente e orientador do artigo, William Leonardo, é notória a preocupação com a temática do meio ambiente e com o desenvolvimento sustentável: “Os estudos refletem a apresentação da nanotecnologia como uma ferramenta essencial para a produção de sistemas nanoestruturados, como as nanoparticulas metálicas, para aplicações como no tratamento de águas residuárias e síntese de materiais alternativos”.
Gabriela frisa sobre a magnitude social do tema, e diz que a escolha da temática tem como perspectiva buscar a solução para um problema de saúde coletivo, bem como métodos que visam o caminho da preservação ambiental. “Além da razão social, almejo repassar aos demais pesquisadores da área, o pensamento de como unir ideias que parecem estar tão distantes para um objetivo em comum, que é o que nos faz evoluir como pesquisadores”, complementa.
Segundo ela, o papel dos espaços institucionais também foi decisivo como uma linha de protocoperação entre os acadêmicos. “Enquanto um laboratório é focado em microbiologia e lida com um problema atual e urgente como a resistência bacteriana, o outro de engenharia química busca novas metodologias para produzir seus materiais de maneira mais sustentável. Essas necessidades individuais nos trouxeram a oportunidade de experimentar essa parceria, a qual deu muito certo e vem nos trazendo excelentes pesquisas e resultados”, concluiu a autora da pesquisa.
Texto: Gianmarco de Vargas / Estagiário de Jornalismo
