21/12/2018
A semana foi de reuniões de capacitação de final de ano na Universidade Franciscana. Na segunda-feira, 17 de dezembro, a Câmara de Ensino da IES aprovou as propostas de integração dos cursos de Graduação da UFN, para incorporar atividades extensionistas às matrizes curriculares.
As atividades de extensão funcionam como um espaço de aprendizagem e de criação de conhecimento onde alunos, orientados por professores, constroem, interagem, teorizam e transformam realidades da comunidade onde vivem, a partir da teoria que aprendem em sala de aula.
A curricularização da extensão está prevista no Plano Nacional de Educação (PNE), sendo que as Universidades têm até 2024 para realizar as adequações necessárias para atendê-lo. “Percebemos uma nova concepção de extensão, uma extensão integrada ao ensino e a pesquisa, e isso é extremamente positivo em termos de trabalho acadêmico”, afirmou a Pró-Reitora Acadêmica da Universidade Franciscana, professora Vanilde Bisognin.
Além das mudanças na curricularização da extensão, não haverá mais calendário de exames. Segundo a Pró-Reitora, a partir do 1º semestre de 2019, haverá três notas no sistema que poderão ser divididas em até dez pesos. Ou seja, o professor passará a ter liberdade para compor o seu processo de avaliação de forma que contenha, ou não, prova de exame final, mas sem existir um calendário para isso.
Com isso, os professores terão que propor aos estudantes pelo menos três avaliações, podendo ser segmentadas em pesos menores de avaliação. A 1ª, 2ª e 3ª nota deverão constar no plano de ensino de cada disciplina.
Quanto a aprovação, os estudantes só a obterão, em qualquer disciplina, se ele atingir frequência mínima de 75% em cada disciplina, módulo ou atividade curricular complementar, sendo que a nota final deve ser igual ou superior a 6,0. Nos estágios, a frequência para aprovação deve ser de 100%, com nota mínima 7,0, tanto para o estágio supervisionado, quanto para o trabalho de conclusão de curso.
Além da capacitação referente à curricularização, a Reitora e Pró-Reitores da UFN se reuniram, nesta quinta-feira, dia 20, com gestores, diretores de setores e membros do NDE para a reunião de fechamento do ano.
Dentre as metas alcançadas ao longo do ano de 2018, pode-se destacar os indicadores estratégicos institucionais onde, 60% dos cursos de Graduação conquistaram conceito 4 ou 5, e 63% dos cursos Stricto Sensu, de Mestrado e Doutorado, obtiveram conceito Capes 4 ou superior.
A Universidade Franciscana também investiu na qualificação de docentes e técnico-administrativos. Cerca de 49% dos professores são mestres e, 38% possuem o grau de doutor na área de ensino. Já em relação aos técnico-administrativos, 39% é graduado, 14% possui especialização e 12% passaram por programas de capacitação.
Para 2019, a Reitora da Universidade Franciscana, Irmã Iraní Rupolo propôs aos presentes que continuem empenhados para materializar as novas propostas curriculares, implantar a curricularização da extensão e implantar a nova concepção de avaliação de aprendizagem.
Além disso, busca-se melhorar os indicadores das avaliações externas, como ENADE, CPC, CC e IGC, alcançar o conceito 4 nos Mestrados e, no mínimo 5 nos Doutorados e, ainda, desenvolver o uso de ferramentas digitais e de novas metodologias de ensino em sala de aula. Tudo pensando no bem-estar e na qualidade do ensino de estudantes e prestação de serviços à comunidade.
Conheça os projetos extensionistas dos cursos de Graduação:
Os cursos de Graduação em Filosofia, História, Letras, Matemática e Pedagogia integram o grupo das Licenciaturas. Estes atuarão conforme suas especificidades de formação, no desenvolvimento das capacidades de leitura, escrita e compreensão lógico-matemática, a fim de diminuir o número de analfabetos em Santa Maria.
“O objetivo é promover um processo de ações extensionistas nas comunidades escolares e não formais a partir de práticas diferenciadas, envolvendo escola, campo e comunidade. As ações serão organizadas a partir de interlocução, de planejamento e de execução de um produto voltado para a leitura, escrita e compreensão lógico-matemática, a partir da chamada “Comunidades de Leitura””, explica o coordenador do curso de Filosofia Márcio Cenci.
Os cursos tecnológicos, Ciência da Computação, Sistemas de Informação e Jogos Digitais, estão inseridos no programa institucional de Cidadania, Inclusão e Direitos. Eles integram-se para colocar em prática o projeto de extensão “Inovação e tecnologias aplicadas a saúde e inclusão”, totalmente voltado à saúde e inclusão tecnológica.
“Na saúde visamos a melhoria dos processos, organização da informação, qualidade do produto e qualidade de vida à população. Já em relação a inclusão, nosso objetivo é proporcionar melhores condições sociais,acessibilidade, assistência tecnológica, etc”, finalizou o coordenador do curso de Sistemas de Informação, Guilherme Chagas Kurtz.
A proposta do curso de Direito é um projeto de “Direito Constitucional Aplicado, Gestão de Pessoas e Processos”. O curso pretende trabalhar junto às Graduações em Psicologia,Ciências Econômicas e Serviço Social, visando formar um novo perfil acadêmico extensionista de forma multidisciplinar, com sensibilidade para identificar os anseios da comunidade e propor práticas para sanar tais demandas.
“O objetivo extensionista é construir formas de interação extensionista entre a capacidade acadêmica do curso e a sociedade, buscando impacto perante a comunidade onde ocorrerão as atuações e, resultando na transformação social”, acrescentou o coordenador do Direito, professor Cristiano Becker Isaia.
O coordenador do curso de Engenharia Biomédica, professor Luiz Fernando Rodrigues Junior, apresentou o projeto “Integra Engenharias”, que inclui os cursos de Engenharia Ambiental e Sanitária, Engenharia Química, Engenharia de Materiais e Engenharia Biomédica.
“A ideia é trabalhar junto com as escolas para fazer interação do ensino superior, médio, básico e técnico, para desmistificar a ideia de que as Engenharias são difíceis devido à matemática”, ressaltou o docente.
Os beneficiários seriam estudantes de ensino médio,colaboradores de ambientes hospitalares e indústrias, visto que a proposta tem como objetivo integrar o meio acadêmico e a sociedade.
Quanto aos cursos de comunicação, Jornalismo e Publicidade e Propaganda passarão a desenvolver um projeto integrado de comunicação comunitária, que visa suprir as demandas das comunidades locais na área de estudo em questão.
“O objetivo do projeto é proporcionar, além da integração entre os dois cursos, a participação dos estudantes na transformação da sociedade por meio de ações teórico-práticas relacionadas à comunicação”,destacou a coordenadora do Jornalismo, Sione Gomes.
Na área de Ciências da Saúde, 8 cursos trabalharão os projetos extensionistas de forma integrada, sendo eles Biomedicina, Enfermagem, Farmácia, Fisioterapia, Nutrição, Odontologia,Psicologia e Terapia Ocupacional.
O projeto de “Atenção integral a saúde e interprofissionalizante como estratégias de integração ensino-serviço-comunidade” tem o intuito de estimular o aluno a ser agente ativo na saúde em relação a comunidade, desenvolvendo uma prática mais colaborativa entre os profissionais nos diferentes espaços. >
“Pretendemos alcançar entre 500 e 800 beneficiados com os serviços do projeto de extensão integrador, a fim de fortalecer a formação integral à saúde, fazendo com que o aluno reconheça as necessidades da população, contando com o processo de humanização”, ressalta a coordenadora de Farmácia, Camila Franco.
Os cursos de Administração,Ciências Contábeis e Ciências Econômicas fazem parte do programa de extensão institucional de Tecnologia, Inovação e Desenvolvimento Sustentável.Eles propuseram o projeto integrado de “Gestão de Finanças e Tecnologia de Empreendimentos”, o qual fará com que os estudantes resolvam situações complexas para refletir e solucionar possíveis problemas de negócios.
Além disso, a coordenadora de Administração, professora Daniele Bertagnolli, a integração entre os três cursos visa alinhar a teoria com a prática, necessidade que, segundo ela, é de grande valia para as empresas.
“Esperamos despertar o empreendedorismo nos estudantes, além de profissionalizar empresas, auxiliando na gestão de finanças e tecnologia de empreendimentos de forma a contribuir com o desenvolvimento econômico da região”, ressalta.
Texto: Carolina Teixeira / Jornalista
Imagens: Mark Braunstein / Fotógrafo